Emoções na escola: o que todo professor precisa saber

Você lembra da Alegria, da Tristeza, do Medo, da Raiva e da Nojinho, do filme Divertidamente? Essas personagens mostraram que todas as emoções são importantes, mesmo aquelas que preferimos evitar.

Na vida real, e especialmente dentro das salas de aula, não é diferente.
As crianças chegam carregadas de sentimentos que muitas vezes não sabem nomear. É por isso que trabalhar emoções na escola deixou de ser um “extra” para se tornar essencial.

Um aluno que entende o que sente consegue aprender com mais segurança e confiança. É como se cada sentimento fosse um “professor invisível”, ensinando algo novo todos os dias.

Neste artigo, abordaremos o conceito de educação emocional, sua importância e formas práticas de desenvolver as emoções na escola.

Boa leitura!

Antes de tudo, o que é educação emocional?

Educação emocional, também chamada de aprendizagem socioemocional, é a prática de integrar sentimentos ao processo de ensino-aprendizagem. Não se trata de ser terapeuta, mas de reconhecer que ensinar também é acolher.

Na prática, significa criar um ambiente em que as crianças se sintam valorizadas, seguras e capazes de lidar com suas emoções. Esse trabalho ajuda não apenas o desempenho escolar, mas também a formação de cidadãos mais empáticos e resilientes.

Um exemplo simples: quando uma criança demonstra tristeza, em vez de dizer “não chore”, o professor pode oferecer espaço para que ela expresse o que sente.
Esse tipo de postura fortalece vínculos e ensina que sentir faz parte da vida.

Qual a importância de trabalhar as emoções na escola?

Trabalhar emoções na escola impacta diretamente o aprendizado e a convivência. Um ambiente de escuta e respeito reduz a ansiedade, melhora a autoestima e aumenta o engajamento dos alunos.

Além disso, pesquisas em neurociência mostram que emoções positivas favorecem a aprendizagem. Um aluno que se sente seguro aprende melhor, participa mais e confia em suas próprias habilidades.

Veja o exemplo da raiva: na animação Divertidamente, ela aparece como explosão. Na sala de aula, pode surgir como frustração ou dificuldade em lidar com limites.

Assim, com mediação adequada, a raiva pode ser transformada em energia para resolver problemas e buscar alternativas. O mesmo vale para o medo, que muitas vezes paralisa.

Quando acolhido, pode-se tornar uma força que ensina a agir com cautela e responsabilidade. Essas práticas mostram que trabalhar emoções é tão importante quanto ensinar português e matemática.

Como trabalhar as emoções na escola?

Existem várias formas práticas de incluir emoções na escola.
É preciso criar um ambiente seguro, com rotinas previsíveis que ofereçam estabilidade emocional.

Algumas estratégias possíveis:

  • Rodas de conversa: permitem que os alunos expressem seus sentimentos e aprendam a ouvir o outro.
  • Atividades em grupo: favorecem a cooperação, a empatia e a percepção das emoções coletivas.
  • Histórias e filmes: personagens ajudam a refletir sobre sentimentos comuns, como medo, alegria ou ansiedade.
  • Expressão artística: desenhos, músicas e dramatizações funcionam como canais para lidar com emoções difíceis de verbalizar.

Um exemplo é usar o filme Divertidamente como ponto de partida.
Cada emoção pode gerar debates, produções de texto ou até dinâmicas que ensinem a lidar com situações reais vividas pelos alunos.

Assim, as emoções na escola deixam de ser um tabu e passam a ser ferramentas de crescimento e aprendizagem.

Sugestões de atividades para o controle das emoções na escola

Abaixo, você confere sugestões de atividades para o controle das emoções na escola.

1. O Painel das Emoções

Como fazer:

  • Proponha que cada aluno desenhe ou escreva sobre uma situação que o fez sentir alegria, tristeza, raiva, medo ou nojo.
  • Depois, colem tudo em um mural dividido com as cinco emoções do filme.
  • Estimule a troca: cada um pode contar a história ou explicar o que sentiu.

Objetivo:

  • Ajudar as crianças a nomearem as emoções, reconhecendo que todas são importantes e naturais.
  • Desenvolver empatia ao ouvir como os colegas sentem e reagem.

2. O Diário Divertidamente

Como fazer:

  • Entregue pequenos cadernos ou folhas para que, ao final de cada dia ou semana, os alunos escrevam qual emoção mais sentiram e por quê.
  • Peça que relacionem o que poderiam ter feito de diferente ou o que aprenderam com aquela emoção.

Objetivo:

  • Estimular a auto-observação e a regulação emocional.
  • Criar um hábito saudável de reflexão sobre os próprios sentimentos.

3. A Roda das Emoções

Como fazer:

  • Construa uma roleta colorida com as cinco emoções de Divertidamente.
  • Em roda, cada aluno gira e, ao parar em uma emoção, deve contar ou inventar uma situação em que sentiu aquilo.

Objetivo:

  • Tornar o aprendizado sobre emoções mais lúdico e participativo.
  • Desenvolver a expressão oral e a compreensão emocional.

4. Teatro das Emoções

Como fazer:

  • Divida a turma em pequenos grupos.
  • Cada grupo sorteia uma emoção e cria uma pequena cena teatral que a represente, usando expressões, gestos e falas.
  • No final, todos conversam sobre o que perceberam e como lidam com essas emoções.

Objetivo:

  • Trabalhar a expressão corporal e compreender como as emoções se manifestam.
  • Desenvolver a empatia ao compreender como os colegas vivenciam sentimentos.

5. Caixa de Primeiros Socorros Emocionais

Como fazer:

  • Monte uma caixa na sala com objetos, cartões, frases ou desenhos que ajudem a acalmar ou alegrar os alunos em momentos difíceis (por ex.: bolinhas antiestresse, livros, mensagens positivas).
  • Ensine os alunos a usarem a caixa sempre que se sentirem sobrecarregados.

Objetivo:

  • Incentivar o autocuidado e o desenvolvimento de estratégias de regulação emocional.
  • Criar um ambiente seguro e acolhedor na escola.

6. O Mapa da Mente da Riley

Como fazer:

  • Mostre aos alunos como a Riley, no filme, tem as “ilhas da personalidade” baseadas em suas memórias importantes.
  • Peça que cada criança desenhe o seu próprio mapa, criando ilhas para coisas importantes na vida dela: família, amigos, escola, esportes, etc.

Objetivo:

  • Ajudar na identificação do que é importante para cada um, reforçando valores e autoconhecimento.
  • Estimular a expressão artística e fortalecer vínculos entre os colegas.

Livros sobre Educação Emocional

A seguir, selecionei alguns livros para você aprender mais sobre Educação Emocional

O livro Educação Emocional Para Professoresaborda a importância de o professor desenvolver sua própria inteligência emocional para educar de forma integral. Trata-se de um guia de autoconhecimento para lidar com a prática docente. Veja na Amazon

Em Educação Emocional Positiva“, a temática gira em torno da psicologia positiva. A autora acredita que é possível ensinar crianças a tornarem-se adultos felizes. Veja na Amazon

A raiva não educa. A calma educaé um livro que propõe a educação respeitosa, que valoriza as necessidades e os sentimentos das crianças. A autora destaca que a verdadeira mudança começa nos adultos. Veja na Amazon

Emoções na escola: aprendizados que ficam para sempre

No fim das contas, trabalhar emoções na escola não é moda, mas necessidade.
É o que prepara os alunos para lidar com desafios dentro e fora da sala de aula.

Quando professores reconhecem, nomeiam e acolhem sentimentos, eles ensinam muito mais do que conteúdos. Ensinam humanidade, empatia e resiliência, habilidades que acompanham os alunos por toda a vida.

E você, já experimentou alguma prática para trabalhar as emoções na sua turma?
Compartilhe este texto com outros educadores e ajude a levar mais afeto e consciência às nossas escolas.

Boa aula, e até a próxima!

 

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